Postado em: 5 de dezembro de 2017 | Por: Ezequiel Neves

Ruptura na CGADB e suas histórias (1ª parte)

As Assembleias de Deus no Brasil estão em polvorosa. O anúncio do desligamento dos pastores Jônatas Câmara (AD Manaus), e Samuel Câmara (AD Belém/PA) foi o assunto mais comentado nos sites e redes sociais. Junto com os irmãos Câmara, os líderes das ADs em Macapá (AP) também divulgaram a mesma decisão.

A decisão dos líderes assembleianos anunciada recentemente, torna-se assim, a maior ruptura denominacional desde a suspensão do Ministério de Madureira em 1989, e é mais um capítulo da história de uma instituição (CGADB), que já nasceu em 1930 sob o estigma da divisão. Divergências sobre o ministério feminino, transferência dos templos e da liderança da Missão Sueca para os brasileiros foram os pontos mais polêmicos da primeira Convenção Geral.

Nem mesmo a história oficial assembleiana disfarça, que ao longo de todos esse anos, a CGADB foi palco dos mais diversos confrontos. Conforme cresciam as ADs, os embates também surgiam com mais força. Jurisdição eclesiástica, rejeição ao uso das mídias (rádio e televisão), formação de novos Ministérios e os dilemas da modernidade, foram alguns assuntos tratados e nem sempre superados com facilidade.

Na política eclesiástica desenvolvida nesses anos, surgiu a polarização entre as igrejas originárias da Missão Sueca e o Ministério de Madureira. No fim da década de 1980, as divergências chegaram ao ápice. Madureira foi suspensa da CGADB, gerando a primeira grande ruptura institucional.

Pastores Ailton, Samuel Câmara e JW da Costa

A suspensão, deu início ao que o historiador das ADs Maxwell Fajardo em seu livro Onde a luta de travar: uma história das Assembleias de Deus chamou de "Era Wellington". Nesse tempo igrejas históricas saíram da Convenção Geral. As ADs em São Cristóvão (RJ) e em Santos (SP), pioneiras em suas regiões por questões teológicas e políticas deixaram de ser representadas na CGADB.

Um ponto que parece ser positivo nesse período, é a recuperação da CPAD. A editora assembleiana por longo tempo apresentava problemas administrativos e financeiros. Hoje, a Casa Publicadora é uma potência, mas por outro lado foi instrumentalizada para garantir a hegemonia dos atuais líderes da Convenção Geral.

Quanto mais o pastor da Igreja-Mãe em Belém e seus aliados lutavam contra o status quo da Convenção Geral, menos visibilidade tinha no Mensageiro da Paz, noCPADNews ou nos programas do Movimento Pentecostal. Assim, ironicamente, a Igreja-Mãe sumiu da própria história recente da CPAD.

Entre os assembleianos, os que amam e acompanham sua rica e acidentada história, há um clima de consternação com mais esse cisma institucional. Para alguns estudiosos da denominação, o desligamento de pastores e convenções já era esperado. Outros interpretam como rebeldia as ações dos pastores do norte.

Mas isso não é tudo. Antigos desafetos aparecem como aliados e citam passagens bíblicas com grande ousadia. Assuntos para a próxima postagem...

Fontes:


ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011, Rio de Janeiro: Ed. Novos Diálogos, 2013.

ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

CABRAL, Davi, Assembleia de Deus: A outra face da história. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Betel, 2002.

DANIEL, Silas, História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Os principais líderes, debates e resoluções do órgão que moldou a face do movimento pentecostal brasileiro, Rio de janeiro: CPAD, 2004.

FAJARDO, Maxwell Pinheiro, “Onde a luta se travar”: a expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980), (Tese de Doutorado em História) Assis-SP: UNESP, 2015.

FIDALGO, Douglas Alves. “De Pai pra Filhos”: poder, prestígio e dominação da figura do Pastor-presidente nas relações de sucessão dentro da “Assembleia de Deus Ministério de Madureira”. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da UMESP.

FRESTON, Paul, Breve história do pentecostalismo brasileiro, In: ANTONIAZZI, Alberto. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

Ruptura na CGADB - detalhes da história

Alguns detalhes sobre a primeira grande ruptura institucional da CGADB, em 1989, sob à presidência do pastor José Wellington Bezerra da Costa devem ser conhecidos. Como já se postou nesse blog, as versões são conflitantes e os interesses para que a primeira grande cisão na Convenção Geral ocorresse foram diversos.

Entre as questões levantadas para a suspensão de Madureira da CGADB, na 29ª Assembleia Geral Extraordinária, realizada em Salvador (BA), estava a velha polêmica sobre a "jurisdição eclesiástica". Na década de 1980, a abertura de novas congregações de Madureira no Norte de Nordeste do Brasil, acirrou os ânimos dos convencionais.

Porém, David Cabral em seu livro A outra face da História, destaca que a nova Mesa Diretora da CGADB resolveu nesse tempo, "reacender as antigas questiúnculas sobre 'jurisdição eclesiástica'". Cabral observa, que tal debate já era obsoleto, pois o Ministério "não possuía um só campo onde não houvessem um ou mais ministérios atuando". Para os líderes na região Norte, tal discussão não era tão obsoleta assim...

Ainda em vida, Paulo Macalão negociava as tensões. Com sua morte em agosto de 1982, as pressões aumentaram sobre o Ministério em um momento de delicada transição. Um dos personagens, que colaborou na época para os descontentamentos, foi o pastor Luiz Gonzaga Medeiros da AD em Carapicuíba (SP). 

Fervoroso defensor do "Ide de Jesus", Gonzaga começou a abrir congregações ligadas ao seu campo eclesiástico por todo o Brasil. Tão identificado ficou o líder paulista com o expansionismo de Madureira, que Manoel Ferreira chegou a dizer que Gonzaga era um "ícone", e que, "Madureira sem o Luiz, não tem história."

Manoel Ferreira (CONAMAD) e José Wellington Bezerra da Costa (CGADB)

Gonzaga, contudo, não era o único líder a desejar a expansão do Ministério. Luiz Fontes, em 1983, fundou a AD de Madureira em Porto Velho, Rondônia. Na mesma década outros trabalhos foram abertos pelo país. Havia também os descontentamentos com obreiros excluídos de outros Ministérios recebidos em Madureira e vice-versa.

Derrotado na CGADB de 1987, na Bahia, Ferreira entrou em rota de colisão com Mesa Diretora da CGADB. Sob sua liderança, os líderes de Madureira reunidos em sua Convenção Nacional ainda em 1987, resolveram "abrir oficialmente" congregações "em todas a capitais e Estados da Federação, onde não os estivessem". Em outra reunião nacional realizada em 1988, na AD em Madureira (RJ), o tema "A marcha da igreja, vencendo os obstáculos sem recuar", já dava uma ideia do posicionamento do Ministério diante da crise.

Criou-se um impasse: Alcebiades foi eleito para deter Madureira; e esta por sua vez resolve enfrentar as determinações da CGADB. José Wellington em sua biografia, comenta que no decorrer da crise, Alcebiades e Manoel Ferreira chegaram a cortar relações. Ferreira por sua vez, em depoimento histórico afirmou o seguinte: "Eu tenho certeza que, se o Alcebiades estivesse vivo, talvez hoje nós estivéssemos na CGADB". Pensava Ferreira e seus aliados numa solução negociada e permanecer na Convenção Geral?

O fim da história é conhecida: Alcebiades Vasconcelos faleceu em maio de 1988, e assumiu seu vice, o pastor José Wellington Bezerra da Costa. Na opinião de Ferreira, se Alcebiades não falecesse, haveria a possibilidade de Madureira permanecer na CGADB. Mas, José Wellington e seus aliados não desejavam isso. 

Na AGE em Salvador votaram pela suspensão de Madureira 1.648 ministros. Oito pastores votaram contra: José Pimentel de Carvalho, Marinésio Soares da Silva, Silas Malafaia, Davi Nobre Rocha e Geremias Couto pela Missão. Nicodemos José Loureiro, Luis Francisco Fontes e Josué de Campos representando Madureira.

E entre os que votaram e exigiram a suspensão de Madureira da CGADB, estava o jovem pastor e sucessor do próprio Vasconcelos na AD em Manaus, Samuel Câmara.

Como se percebeu, a história é longa de cheia de detalhes. Alguns, como diz uma canção "são coisas muito grandes pra esquecer..."

Fontes:


ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011, Rio de Janeiro: Ed. Novos Diálogos, 2013.

ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

ARAÚJO, Isael de. José Wellington - Biografia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

CABRAL, Davi, Assembleia de Deus: A outra face da história. 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Betel, 2002.

DANIEL, Silas, História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Os principais líderes, debates e resoluções do órgão que moldou a face do movimento pentecostal brasileiro, Rio de janeiro: CPAD, 2004.

FAJARDO, Maxwell Pinheiro, “Onde a luta se travar”: a expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980), (Tese de Doutorado em História) Assis-SP: UNESP, 2015.

FERREIRA, Samuel (org.) Ministério de Madureira em São Paulo fundação e expansão 1938-2011. Centenários de Glórias. cem anos fazendo história 1911-2011 s.n.t.

FIDALGO, Douglas Alves. “De Pai pra Filhos”: poder, prestígio e dominação da figura do Pastor-presidente nas relações de sucessão dentro da “Assembleia de Deus Ministério de Madureira”. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da UMESP.

FRESTON, Paul, Breve história do pentecostalismo brasileiro, In: ANTONIAZZI, Alberto. Nem anjos nem demônios: interpretações sociológicas do pentecostalismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

Mensageiro da Paz, outubro de 1988. CPAD, RJ.

VASCONCELOS, Alcebíades Pereira; LIMA, Hadna-Asny Vasconcelos. Alcebíades Pereira Vasconcelos: estadista e embaixador da obra pentecostal no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

https://admadureiracarapicuibape.weebly.com/nossahistoria.html

Troca da adutora de Italuís começa nesta quarta (06); recomendação é armazenar água


Com mudanças, Sistema Italuís vai levar 30% a mais de água para moradores (Karlos Geromy)
A instalação da nova adutora do Sistema Italuís começa a ser feita às 6h desta quarta-feira (6). São 19 quilômetros de extensão em aço que vão revolucionar o sistema de abastecimento de água em São Luís e colocar fim às interrupções constantes.
Para fazer a troca da estrutura antiga pela nova, o abastecimento será interrompido das 6h desta quarta-feira até as 6h do sábado (9) em 159 bairros da capital.
A recomendação da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) é que os moradores desses 159 bairros economizem e armazenem água para esse período de três dias sem abastecimento.
Essa parada de 72 horas é essencial para fazer a migração do antigo para o novo e segue os padrões nacionais e internacionais. A partir da troca, o abastecimento de água vai melhorar significativamente para 600 mil pessoas nesses 159 bairros.
A interrupção do abastecimento está sendo amplamente informada à população para que os moradores não sejam pegos de surpresa.
“A adutora de 19 quilômetros está finalizada, com água inclusive. Estamos fazendo a parte dos testes”, conta o presidente da Caema, Carlos Rogério.
Ele ressalta que o trabalho é complexo: “A peça que vai entrar para fazer a conexão do sistema atual para o novo, por exemplo, pesa 15 toneladas”.
Mais segurança
Carlos Rogério conta que, nos últimos cinco anos, houve 35 rompimentos na estrutura do Sistema Italuís. O motivo é a estrutura degradada por falta de investimento adequado nas últimas décadas.
Com a nova adutora, esses vazamentos frequentes vão ter fim. Trata-se de 19 km de tubulação de aço mais espesso e seguro. É uma obra de R$ 134 milhões, complexa e de grandes proporções, por isso é necessário fazer a interrupção de 72 horas.
Depois de instalado, o novo sistema vai captar 500 litros a mais por segundo. Isso significa 30% a mais de água para 600 mil moradores.
Abastecimento essencial
Durante a parada de 72 horas, haverá um esquema especial para garantir o abastecimento de água em prédios onde o uso da água é essencial e não pode parar. É o caso dos hospitais, por exemplo. Esse esquema envolve, entre outras coisas, o uso de caminhão-pipa.
Dicas para economizar e usar bem a água:
– Pequenas mudanças de hábitos significam uma grande economia de água. Evite banhos demorados. Feche a torneira enquanto escova os dentes e passa o sabonete. Evite lavar a calçada. Identifique e conserte os vazamentos.

– Instale torneiras com fechamento automático, elas geram economia de até 70%; use lava-roupas e lava-louças na capacidade máxima; reduza o tempo de banho para até 5 minutos e desligue a torneira para passar o sabonete; reutilize a água da máquina de lavar
– Você sabia que uma torneira gotejando gasta 46 litros de água por dia? Fique de olho nas torneiras de sua casa e conserte os vazamentos.
– Use um regador para molhar plantas e evite a mangueira; para lavar o carro, adote um pano úmido em vez de balde; use a vassoura para limpar a calçada.
– Se você tem um poço artesiano em casa, utilize-o com responsabilidade. Assim como o rio, o lençol freático também diminui o nível. Faça uso consciente da água, o desperdício de hoje pode prejudicar o abastecimento amanhã.
– Você sabia que a torneira aberta durante um minuto gasta 3 litros de água? Feche a torneira enquanto escova os dentes ou faz a barba.
Bairros que serão beneficiados pela nova adutora:
ZONA 01
Centro; São Pantaleão; Madre Deus; Goiabal; Codozinho; Vila Bessa; Belira; Lira; Parte da Areinha; Macaúba; Apicum; Camboa; Vila Bangu; Diamante; Vila Passos; Coréia de Baixo; Coréia de Cima;  Sítio do Meio; Alto da Boa Vista; Retiro Natal; Liberdade; Tomé de Sousa; Fé em Deus; Floresta; Retiro Natal e Monte Castelo.

ZONA 02
Apeadouro; Irmãos Coragem; Bairro de Fátima; Bom Milagre; Parque Amazonas; Alemanha; Caratatiua; Vila Ivar Saldanha; Alto da Vitória; João Paulo; Jordoa; Vila Palmeira; Barreto; Túnel do Sacavém; Santa Cruz; Vera Cruz; Cutrim; Radional; Coroado; Parque Pindorama; Parque do Nobres; Redenção; Barés; Filipinho; Sítio Leal; Sacavém; Coheb do Sacavém; Santo Antônio; Vila Conceição; Bom Jesus; Vila dos Frades; Parque Timbira; Alto do Parque Timbira; Primavera; Sítio do Pica Pau Amarelo; Coroadinho.

ZONA 04
São Cristóvão; Tirirical; Solar das Mangueiras; Parque Universitário; João de Deus; Sítio Pirapora; Vila Itamar; Parque Jaguarema; Parque Sielândia; Residencial Canaã; Alameda dos Sonhos; Vila Lobão; Parque Roseana Sarney; Santo Antônio; São Bernardo; Vila Brasil; Cohapan; Jardim São Cristóvão; Residencial João Alberto; Parque Sabiá.

ZONA 05
Alto do Calhau; Calhau; Cohafuma; Conjunto Basa; Ilhinha, Jaracaty; Jardim São Francisco; Loteamento Boa Vista; Loteamento Jaracaty; La ravardiere; Ponta D’Areia; Ponta do Farol; Residencial Novo Tempo; Recanto dos Nobres; Renascença I e II; Residencial Ana Jansen; São Marcos; São Francisco; Vila Conceição I e II; Av. Litorânea; Angelim Velho; Bequimão; Cohajoly; Cohama; Condomínio Villagio Esperança; Conjunto Angelim; Residencial Marfim; Conjunto Boa Morada; Conjunto Vinhais; Eco Villagio; Maranhão Novo; Parte do Primavera;  Turu; Planalto Cohaserma; Planalto Vinhais I e II; Recanto Vinhais; Residencial Jaqueira; Residencial Vinhais II e III; Rio Anil; Vila Fialho; Villagio do Angelim; Vivendas da Cohama; Vinhais Velho; Olho D’água, Parte do Habitacional Turu.

ZONA 06
Jambeiro; Porto da Vovó; Sá Viana Novo; Sá Viana Velho; UFMA; Vila Bacanga; Vila Dom Luís; Vila Isabel; Vila Cerâmica; Vila Primavera;  Vila Embratel; Vila Nova; Bonfim; Vila Verde; Fumacê; Anjo da Guarda; São Raimundo; Alto da Vitória; Gancharia; Vila São Luís; Vila Ariri; Vila Mauro Fecury I e II; Conjunto Taguatur.

PCdoB lamenta a morte de Haroldão


NOTA DE PESAR
Com enorme pesar comunicamos o falecimento do presidente municipal do PCdoB de São Luís, Haroldo Oliveira, o Haroldão, na noite desta segunda-feira (04), vítima de parada cardíaca.
Haroldão iniciou sua militância política e social na igreja católica, por meio da Pastoral da Juventude do Bairro de Fátima, comunidade onde cresceu e viveu.

Haroldo Oliveira foi um dos fundadores do Sindicato dos Ferroviários do Maranhão, maquinista de trem, atuou na organização dos trabalhadores de sua categoria em defesa dos seus direitos, e pela retomada da democracia em nosso País, combatendo a ditadura militar.
Operário, detinha vasto conhecimento cultural, tendo sido um dos principais expoentes e dirigentes da Escola de Samba Marambaia. Atualmente, além de presidente do PCdoB Municipal, Haroldão integrava a direção estadual do partido e foi por várias vezes candidato a vereador em São Luís.
Sua morte representa uma perda inestimável aos comunistas, democratas e à luta dos trabalhadores. Enlutado, o PCdoB se solidariza com a família de Haroldão.

Convenção da Assembleia de Deus no Brasil - De volta ao lar

O dia 02 de dezembro de 2017, entrou para a história das Assembleias de Deus no Brasil. Depois de 33 anos filiado à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), e de disputar diversas e polêmicas eleições para a presidência da entidade, o pastor Samuel Câmara da AD em Belém do Pará, apresentou ao país a Convenção da Assembleia de Deus no Brasil (CADB).

Para quem não conhece a história recente da denominação, a CADB é fruto de anos de discordâncias de uma boa parte dos pastores ligados à Convenção Geral com os rumos da política eclesiástica da instituição conduzida desde 1988, de forma quase interrupta pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa.

Mas, deixando de lado as questões políticas (as quais serão tratadas no blog no seu devido tempo), a CADB nasce com fortes apelos à memória assembleiana. A nova convenção surge justamente onde nasceu as ADs no Brasil. Foi em Belém do Pará, que em 1911, Gunnar Vingren e Daniel Berg fundaram a Missão de Fé Apostólica, posteriormente rebatizada de Assembleia de Deus. A congregação pioneira é chamada de Igreja Mãe, onde tudo começou 106 anos atrás. Todas as outras Igrejas e Ministérios tem nela sua origem. 

CADB: história como legitimação social

A CADB resgata uma velha reivindicação nas ADs, que foi sufocada com a institucionalização da igreja: o ministério feminino. O estatuto da convenção declara, que um dos propósitos da convenção é "Congregar, congraçar e promover o ministério cristão, sem distinção da vocação e chamada divina de homens e de mulheres". Ou seja, a CADB já nasce em sintonia com o desejo de reconhecimento e valorização do ministério feminino, algo que foi negado às mulheres na CGADB de 1930.

Outro ponto de destaque: o informativo oficial da CADB será o jornal Voz da Assembleia de Deus. Em forma digital ou impressa, a intenção do periódico será continuar "a história pioneira" dos jornaisVoz da Verdade, de 1917, e Boa Semente, de 1921, ambos publicados pela AD em Belém. O hino oficial será o de número 144 daHarpa Cristã (“Vem à Assembleia de Deus”). 

A CADB também abrirá representações em todo o Brasil e no exterior se assim precisar. Mas no Rio de Janeiro, a representação será no campo de São Cristóvão, 338, "ponto histórico da primeira sede da convenção e da casa publicadora, desde 1946, na antiga capital do Brasil." Vale lembrar, que a AD em São Cristóvão foi pioneira no Sudeste e mãe de todas as ADs e outras denominações pentecostais na região, e está fora da Convenção Geral desde 2002.

Ainda conforme o estatuto, sugere-se que o tratamento entre os convencionais seja "a palavra IRMÃO, e, no caso de Presidente, IRMÃO-presidente". Nos antigos documentos e periódicos assembleianos, essa era a forma que os crentes assim procediam. Com a institucionalização, o "irmão" desapareceu para dar lugar às nomenclaturas conhecidas (pastor, pastor-presidente, bispo, apóstolo).

O objetivo em tudo isso é claro: buscar legitimação institucional. A CADB não seria mais uma cisão no universo das ADs, e sim a continuação da história e do legado dos pioneiros. Para contrapor-se ao atual modelo de gestão da sua congênere (CGADB), vista como desvirtuada e engessada por décadas, os organizadores da nova convenção "resgataram" aspectos históricos e afetivos caros aos assembleianos.

O estatuto da CADB foi aprovado em um dia mais que simbólico para os evangélicos: 31 de Outubro de 2017, dia da comemoração dos 500 anos da Reforma Protestante e por coincidência dos 60 anos do pastor Samuel Câmara.

Como toda nova organização vista como dissidente, a CADB terá apoios, críticas e vai render ainda muitos comentários nas mídias especializadas e redes sociais. Mas na questão da conquista de mentes e corações, pelo menos na área histórica, o pessoal da CADB fez a lição de casa...

Fontes:


ALENCAR, Matriz Pentecostal Brasileira: Assembleias de Deus 1911-2011, Rio de Janeiro: Ed. Novos Diálogos, 2013.

ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

ARAÚJO, Isael de. José Wellington - Biografia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

DANIEL, Silas, História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Os principais líderes, debates e resoluções do órgão que moldou a face do movimento pentecostal brasileiro, Rio de janeiro: CPAD, 2004.

FAJARDO, Maxwell Pinheiro, “Onde a luta se travar”: a expansão das Assembleias de Deus no Brasil urbano (1946-1980), (Tese de Doutorado em História) Assis-SP: UNESP, 2015.

Acesse o estatuto da CADB no site http://portalcadb.com/

Postado em: 4 de dezembro de 2017 | Por: Ezequiel Neves

AD Igreja Mãe em Belém (PA) rompeu pela primeira vez com a CGADB em 1978 - Veja aqui


Assembleia de Deus - A História esclarece fatos na AD Igreja Mãe em Belém (Pa)


Muito embora muitos entendam que os descontentamentos da AD Igreja Mãe em Belém do Pará para com a CGADB seja coisa dos últimos 30 anos, a história registra que é coisa muito mais antiga do que se imagina.

No ano de 1.978, mais precisamente em 11 de Abril, motivados por uma invasão em Campo Eclesiástico, algo proibido e muito combatido à época, provocada pelo Ministério de Madureira, que deu apoio ao irmão Geraldo Sebastião Coelho, oriundo de Goianésia - Go, e organizou uma Igreja AD na cidade de Marabá-Pa ao mudar-se para aquela cidade, a Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Estado do Pará e o Serviço de Evangelização dos Rios Tocantins e Araguaia, decidiram através de resolução conjunta, se desligarem da CGADB, após tentarem de forma pacífica resolverem o problema, sem a devida atenção e nem a solução por parte da instituição maior, conforme alegavam à época.

Abaixo cópia do referido documento, bem como das cartas enviados pelo Pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos aos dois signatários da resolução, os dois presidentes, a saber: Pr. Firmino da Anunciação Gouveia (AD Belém) eLuiz de França Moreira (SETA), onde são repreendidos a permanecerem no seu devido lugar, os quais pelo visto findaram por se conformar, não dando sequência ao rompimento comunicado, lembrando que naquele tempo, sem o advento da internet, onde todos ficam sabendo dos fatos e atitudes em tempo real, era muito mais fácil se voltar atrás de uma atitude assim.

Como os tempos e as coisas mudaram, tanto do ponto de vista das tratativas espirituais, ministeriais e jurídicas, ao que parece desta feita o caso foi muito longe, tornando as decisões irrevogáveis e irretratáveis, no entanto fica claro, que os descontentamentos com o órgão maior por parte da Igreja do Norte, já somavam praticamente 40 anos.

O que muda é que, naquela época o rompimento se daria com todo o Estado do Pará, cuja convenção estadual era presidida também pelo Pastor Presidente da Igreja Mãe em Belém.

Veja os documentos abaixo, que constam como anexo da tese O AGGIORNAMENTO DO PENTECOSTALISMO: as Assembleias de Deus no Brasil e na cidade de Imperatriz-MA (1980-2010) de Moab César Carvalho Costa (veja aqui)    





Flávio Dino: “Com investimentos, trabalho sério e pulso firme, conseguimos recuperar a credibilidade do Estado no enfrentamento ao crime”



Em janeiro de 2015, recebi um estado sem comando, tomado pelas facções que, todos os meses, mandavam fechar as ruas e o comércio da capital. Todos se lembram das cenas tristes e bárbaras, que rodaram o mundo, de decapitações feitas em Pedrinhas. Nesses quase três anos, estamos conseguindo mudar essa realidade. Os números comprovam que com investimentos, trabalho sério e pulso firme, conseguimos recuperar a credibilidade do Estado no enfrentamento ao crime.
Agora em novembro, por exemplo, os homicídios na Grande Ilha caíram pela metade em relação ao mesmo mês de 2014 – último do governo anterior. Se compararmos todo o período deste ano, já foram ao menos 324 vidas salvas em relação ao mesmo período de 2014. Se considerarmos os três anos, já são milhares de vidas salvas. Vidas que seriam destruídas, enquanto dinheiro público corria pelo ralo da corrupção, da jogatina e dos banquetes suntuosos.

Tudo isso é fruto dos investimentos que temos feito para garantir condições de trabalho às forças policiais do Estado. Já são mais de 800 viaturas entregues para atuação em todas as regiões do Maranhão, superando a meta que havíamos estabelecido. Fizemos obras para construir ou recuperar 28 prédios ocupados por órgãos da Segurança Pública – como delegacias da Polícia Civil, batalhões da Polícia Militar, unidades de Corpo de Bombeiros e institutos de criminalísticas. É o caso da Delegacia e do Quartel que vamos inaugurar esta semana em Santa Inês, servindo a todo o Vale do Pindaré.
Mas o investimento essencial para alcançar a melhora nos índices de segurança foi a integração de novos policiais, chegando à marca de 12 mil homens e mulheres, o maior contingente policial da história do Maranhão. Este contingente tem sido valorizado com o maior número de promoções da história da Polícia Militar do nosso Estado. E não para por aí, pois estamos realizando este ano mais um concurso da PM, que permitirá aumentarmos ainda mais a capacidade de prevenção e repressão ao crime, garantindo mais segurança para todos.
Também realizamos ações preventivas por intermédio dos Conselhos Comunitários do Pacto pela Paz, uma proposta que apresentei ainda durante a campanha, envolvendo moradores e instituições sociais, para que tenhamos uma Polícia mais próxima dos parâmetros de cidadania que defendemos.
No sistema penitenciário, a evolução é nítida. E continuamos a trabalhar, pois nesta semana teremos a entrega de 19 veículos de segurança para as unidades prisionais, além de armamentos e equipamentos para os servidores da área. Mais de 2.500 internos foram inseridos em programas de trabalho e renda. E 1.000 estão matriculados para estudar. Criamos a portaria unificada de Pedrinhas, com 2 Body Scans (escâneres corporais) para garantir o fim da revista vexatória. Foram concluídos seis novos presídios, gerando mais de 1.500 vagas. Com isso, reduzimos pela metade o número de detentos provisórios em Delegacias de Polícia, um antigo problema que está sendo solucionado.
Para além dos números, recuperamos a credibilidade do Estado. Há efetivamente uma atitude diferente nas ruas quando a sociedade sabe que um governo é sério e não é conivente com o crime. Assim seguiremos.