Inflação alimentos
Simone Tebet afirmou que o Governo Federal fez “tudo no limite do possível, para que daqui a 60 dias os preços comecem a cair no supermercado”.
Entre as medidas citadas, está a tarifa zero para importação de alimentos e possibilitar durante um ano a comercialização em todo o território nacional dos produtos que já foram devidamente certificados no âmbito municipal. A decisão alcança itens como leite, mel e ovos.
“O mercado está caro, é verdade, mas lembrando, no comparativo ao governo passado, há 4 anos atrás, nós tivemos uma inflação de 2 dígitos. Hoje a inflação é de 5% 5,4%, 5,5%, é muito alta. Nós não podemos aceitar, nós temos que mirar o centro da meta de inflação, não vamos conseguir alcançar 3%, mas temos que mirar 3%, porque essa inflação tem que baixar de 5% e tem que baixar de forma urgente. Não é simples, mas nós precisamos colocar isso como dever de casa e fazemos isso na equipe econômica, porque inflação é o imposto mais perverso para os mais pobres. Nós tivemos já uma inflação de 10% ao ano não muito tempo atrás, e os alimentos subiram acima do que nós estamos comparando agora”.
“O problema é que neste momento nós tivemos uma tempestade perfeita, ou no caso, imperfeita, porque os produtos que mais subiram, que mais se fazem falta, são aqueles produtos que são mais caros para o coração ou para o paladar do povo brasileiro, que é o ovo, que é o café, misturado à cesta básica de um modo geral. Então, diante disso, nós tivemos mudanças climáticas no mundo, a questão do café dificilmente vai subir tão rápido, porque teve quebra da safra no segundo maior produtor de café. O primeiro é o Brasil, tivemos problema climático, e no Vietnã. Um pé de café leva 4, 5 anos para produzir. Então, vamos esperar a mudança climática para a questão da safra do ano que vem para termos um alívio no café. Mas muitos produtos são mais rápidos de serem produzidos. O agronegócio brasileiro esse ano vem muito forte, aliás, ele é que vai dar sustentabilidade para o nosso PIB. Eu ouso dizer que nós não vamos chegar a um crescimento de 3%, mas vamos crescer acima das projeções que nós mesmos estamos fazendo, porque vem uma safra muito forte, que vai ajudar no crescimento do país, portanto, na geração de emprego e renda, e vai ajudar no barateamento dos alimentos”.
“O governo tomou as medidas certas, na medida certa. não tinham outras alternativas na mesa que não fossem medidas heterodoxas e muito perigosas, que seguraria o preço agora e depois de seis meses a um ano o preço explodiria”, explicou a ministra.
Bolsa Família e Pé-de-Meia garantidos
Na entrevista com radialistas de todo o país, Simone Tebet detalhou o orçamento deste ano e a política fiscal do Governo Federal. O projeto de lei orçamentária de 2025 foi aprovado pelo Congresso Nacional na última quinta-feira (20/3). A previsão de orçamento total é de R$ 5,8 trilhões, com um teto de despesas sujeitas ao arcabouço fiscal de R$ 2,2 trilhões e uma folga de recursos (superávit) estimada em R$ 15 bilhões.
Com a aprovação do orçamento, que estima as receitas e fixa as despesas para o ano, a ministra afirmou que os investimentos em programas sociais estão garantidos.
“A gente estabelece prioridades, nós temos o planejamento para isso. O que é essencial? A pergunta que a gente sempre faz: ‘Que Brasil nós queremos? Para quem nós queremos esse Brasil? E quem mais precisa de políticas públicas?’ Então tem mais dinheiro na saúde, na educação, nos projetos sociais, nos projetos que alavancam a produtividade e o desenvolvimento do Brasil. Então, dentro dessa composição, ela é feita também pelo Congresso Nacional. (3:48) O Congresso Nacional tem também as suas prioridades, através dos diálogos nós vamos ajustando. E nós temos ao longo dos meses a oportunidade de mandar projetos onde a gente faz remanejamento do orçamento, ou seja, não vai faltar um centavo para o Bolsa Família. O Pé-de-Meia, nós é que resolvemos não colocar todo ele no orçamento agora, porque nós temos uma decisão do Tribunal de Contas, então nós vamos colocar a primeira parte no meio do ano, a gente coloca o restante no orçamento. Não vai ser uma professora como eu sou dentro do ministério que vai deixar faltar dinheiro para o nosso programa mais importante hoje da educação no Brasil”, explicou.
Brasil 2050
Simone Tebet também falou sobre a Estratégia Brasil 2050, que busca integrar e harmonizar planos setoriais e regionais, proporcionando uma maior previsibilidade na atuação governamental, melhora do ambiente de negócios e aumento da transparência. A iniciativa inclui temas como o futuro da infraestrutura, agronegócio e comércio internacional.
O ministério tem promovido encontros regionais dos chamados "Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2025-2050", que reúne autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil. As reuniões vão ocorrer até junho pelo país.
Para a ministra, a meta é dobrar o PIB (Produto Interno Bruto) per capita do país, hoje em R$ 55.247,45. Segundo Simone Tebet, alcançar a meta é fundamental para reduzir a pobreza, a miséria e a desigualdade.
“Nós estamos andando o Brasil nas capitais fazendo a seguinte pergunta: ‘que Brasil queremos nos próximos 25 anos? E como fazer para chegar lá?’ Então, a meta que nós temos que nos impor é dobrar o PIB per capita para nos igualarmos aos países desenvolvidos. As pessoas não comem PIB. Mas quando eu aumento o PIB, a renda das pessoas que estão nos ouvindo, aí sim nós temos um país em que diminuímos a desigualdade social, alavancamos as pessoas, colocamos as pessoas da pobreza para a classe média, da classe média acendendo, e daí por diante”.
“Só temos condições de dobrar o PIB per capita se nós colocarmos pelo menos, algo em torno de quase 60% das mulheres no mercado de trabalho. Isso é fato. Ou seja, nós vamos ter todos os homens empregados, nós vamos ter que chegar nesse nível, e empregar no mínimo 60% de mulheres. Não é uma tarefa fácil nos próximos 25 anos, mas se a gente quiser acabar com a miséria, diminuir a pobreza, garantir dignidade de comida na mesa, as pessoas poderem comprar o que querem no supermercado, pelo menos terem essa dignidade, a gente tem que realmente mirar essa meta”, afirmou a mim.