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Postado em: 29 de janeiro de 2023 | Por: Ezequiel Neves

Raimundo Soares Cutrim delegado de Polícia Federal presidiu o único inquérito sobre o genocídio no Brasil

  

 

Biografia

Dr. Raimundo Cutrim nasceu em 08 de outubro de 1953, filho de Raimundo Fidelis Cutrim e Maria de Nazaré Soares Cutrim. Ingressou na Universidade Federal do Maranhão em 1977, no curso de bacharelado em Direito, tendo concluído a graduação na Universidade Federal do Pará, em 1982. Foi nomeado para o cargo de agente de Polícia Federal, no ano de 1981.

Em 1986, após concurso público, exerceu o cargo de Delegado de Polícia Federal, com formação na Academia Nacional de Polícia em Brasília. Como servidor dos quadros da Policia Federal, exerceu relevantes serviços em vários estados da Federação, tendo presidido inquéritos policiais rumorosos e outras missões especiais, entre eles: Pará, Maranhão, Piauí, Roraima e Rondônia.

Em 1995, foi colocado à disposição da Procuradoria Geral de Justiça, na gestão do então procurador geral dr. Jamil de Miranda Gedeon Neto, onde permaneceu até ser nomeado secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública do Maranhão, em 1997, permanecendo no Cargo até janeiro de 2006. Reassumiu o cargo de secretário da Segurança Pública do Estado em 17 de abril de 2009, exercendo suas funções até 30 de março de 2010.


Genocídio dos Índios Yanomami!

No dia 18.08.93, o Massacre de Haximu virou manchete nos jornais do Brasil e do Mundo. A cobertura jornalística e a corrida dos profissionais de imprensa à Roraima foi iniciada, acompanhada de muita confusão. A maioria das matérias e reportagens veiculada pelos jornais e tv’s estava baseada em fatos e informações sem comprovação e distorciam o fato ocorrido, principalmente em relação ao número de vítimas. Nessa ocasião, os locais do crime nem sequer haviam sido submetidos a uma investigação mais adequada. Funcionários da Funai, pressionados pela mídia e pelo governo, davam depoimentos irresponsáveis e completamente descabidos de veracidade, a partir de boatos e comentários. A mídia nacional e estrangeira chegou a divulgar que o total de mortos teria sido de mais de uma centena de Yanomami.

Em 25.08.93, a CCPY noticiou que 69 sobreviventes haviam chegado ao posto de atendimento no Toototobi, entre eles quatro feridos com marcas de chumbo, sendo duas meninas (de sete e seis anos) e dois homens (de vinte e dezoito anos).

Os sobreviventes relataram que os garimpeiros atacaram os índios pela primeira vez, em meados de junho, quando quatro homens adultos foram mortos à bala. Algum tempo depois, disseram que vingaram-se, matando dois garimpeiros. Por volta dos dias 22 e 23 de julho, perto do meio-dia, os garimpeiros cercaram os três lados de uma maloca indígena próxima a uma roça abandonada, onde um grupo de Yanomami ali acampado havia saído para buscar pupunha na parte baixa do rio Hwaximeu.

 Pela primeira vez na história dos tribunais brasileiros, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) , reconheceu a ocorrência de crime de genocídio pelas mortes decorrentes do conflito entre Yanomamis e garimpeiros que resultou na morte de 16 índios, e praticamente no extermínio da aldeia Haximu, em agosto de 1993. A decisão, proferida no último dia 12 de setembro, foi unânime e constitui um verdadeiro marco histórico na jurisprudência indigenista e criminal no Brasil. Assim, o STJ confirmou a sentença condenatória do juiz federal de Roraima, garantindo a condenação dos garimpeiros responsáveis pelo crime de genocídio.

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