Bolsonaro está fora de controle. Nos últimos dias, Jair faz questão de demonstrar todo o seu lado preconceituoso, na verdade um perfil já conhecido dos quase 30 anos desperdiçados na Câmara dos Deputados e que veio á tona nas eleições de 2018.
As declarações feitas nas últimas duas semanas foram marcadas por ataques a jornalistas, como Glenn Greenwald e Miriam Leitão, aos nordestinos, e até ao presidente da OAB, quando ironizou o assassinato de seu pai Fernando Santos Cruz peladitadura militar. Isso sem contar que Bolsonaro praticamente disse que sabia como Cruz foi morto e omitiu do povo brasileiro durante todas essas décadas.
Relembre todos os absurdos proferidos nos últimos dias:
Miriam Leitão
A jornalista da GloboNews ficou três meses detida pelo regime militar em 1973. Com apenas 19 anos, foi presa, espancada, torturada e ameaçada de estupro. Na época, Miriam estava grávida, era jornalista da rádio Espírito Santo e militante do PC do B. A jornalista nunca participou de luta armada e não integrou a tal guerrilha do Araguaia. Miriam Leitão foi inocentada de todas as acusações feitas contra ela pela ditadura militar.
Nordestinos
O termo “paraíba” é usado de forma pejorativa por Bolsonaro. A expressão, usada de forma ofensiva, é considerada racista e preconceituosa, passível de processo judicial. Em carta conjunta, os governadores do Nordeste afirmam “espanto” e “profunda indignação” com a declaração do. “Aguardamos esclarecimentos por parte da Presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia.” Além disso, ele sugere boicote ao governo do Maranhão, o que também é incompatível com seu posto.
Fome
A declaração evidencia a falta de conhecimento de Bolsonaro sobre a realidade do Brasil. Cerca de 5 milhões de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar entre 2016 e 2018, segundo dados da FAO, órgão da ONU para alimentação eagricultura. O DataSus informa que 15 pessoas morreram por dia devido à desnutrição no ano de 2017.
INPE
Levantamento divulgado pelo Inpe constatou aumento de 57% no desmatamento na Amazônia entre maio e junho. O órgão é o principal responsável por monitorar a situação das florestas brasileiras que correm perigo na atual gestão. Bolsonaro atacou o presidente do instituto e buscou menosprezar os dados preocupantes sobre o panorama ambiental do país. Servidores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e de outras áreas de ciência e tecnologia, além de movimentos sociais, realizaram ato em apoio ao órgão.
Meio ambiente
A declaração evidencia o crescente desprezo com os problemas ambientais do país. Em relação à Angra, Bolsonaro pediu no mesmo evento: “Me ajudem a fazer da Baía de Angra uma Cancún brasileira“, ignorando o rico ecossistema da região, que está ameaçado. Importante lembrar que ele foi multado em 2012 por pescar em local proibido na cidade fluminense, e exonerou o fiscal responsável por aplicar a punição.
Glenn Greenwald
A portaria citada por Bolsonaro foi publicada na sexta-feira (26) pelo Ministério da Justiça, comandado por Moro, e autoriza a deportação de estrangeiros considerados “perigosos”. O fato evidencia mais um abuso de poder de Moro, que usa o cargo para atropelar a lei e caçar seus inimigos. E o inimigo número 1 do ex-juiz hoje é Glenn Greenwald, jornalista americano do The Intercept Brasil. Desde o dia 9 de junho, o site vem publicando chats entre integrantes da Operação Lato Jato. Nas mensagens divulgadas, fica evidente a falta de imparcialidade de Moro, e sua perseguição ao ex-presidente Lula, preso político há mais de 1 ano.
OAB e vítimas da ditadura militar
Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, pai do presidente da OAB, era integrante da Ação Popular Marxista-Leninista e desapareceu em fevereiro de 1974 após ser preso por agentes do DOI-Codi, órgão de repressão do regime militar. Na época, Fernando era estudante de direito e trabalhava no Departamento de Águas e Energia Elétrica em São Paulo. Relatório da Comissão Nacional da Verdade relata que Santa Cruz “tinha emprego e endereço fixos e, portanto, não estava clandestino ou foragido dos órgãos de segurança”.
A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos já emitiu atestado de óbito de Fernando, no qual informa que ele morreu em 1974 de forma “violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial”. Cláudio Guerra, ex-policial civil, declarou em depoimento à Comissão Nacional da Verdade que o corpo do ex-estudante foi incinerado junto com o de outras vítimas da ditadura que haviam sido mortas por militares em Petrópolis (RJ) e no Rio.
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